Em um movimento de solidariedade e protesto, mães atípicas de Tocantinópolis decidiram boicotar o evento “Chá Inclusivo”, organizado pela Prefeitura através da Secretaria da Mulher.
O evento, agendado para o dia 30 de abril, tinha como objetivo celebrar o Mês de Conscientização do Autismo, mas não contou com a adesão das principais interessadas: as mães de crianças autistas.
Em uma nota de esclarecimento divulgada publicamente, as mães expressaram suas preocupações sobre a falta de ações concretas e políticas públicas por parte do governo municipal. Segundo o grupo, até o momento, não houve a implementação de medidas que realmente beneficiem as crianças autistas e suas famílias, como acesso adequado à saúde, educação inclusiva e apoio psicossocial. “Acreditamos que este evento seja apenas uma ação simbólica ou de marketing, sem compromisso verdadeiro com as demandas urgentes que enfrentamos diariamente”, destacaram as mães na nota. Elas recomendam que outras mães também não participem do evento, como forma de protesto contra o que consideram uma falta de escuta e comprometimento real por parte da prefeitura.
O grupo reafirma seu compromisso em lutar por mudanças efetivas e contínuas, buscando sempre a inclusão e o bem-estar de seus filhos. As mães permanecem unidas e vigilantes, exigindo políticas públicas que atendam às necessidades reais das famílias atípicas. A Prefeitura de Tocantinópolis ainda não se pronunciou oficialmente sobre o boicote, mas o episódio ressalta a urgência de ações efetivas em prol da inclusão e do apoio às famílias de crianças autistas na região.
Leia a nota na íntegra logo abaixo:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Prezadas mães atípicas,
Viemos, por meio desta, esclarecer e orientar sobre o evento anunciado para ocorrer amanhã, dia 30/05, supostamente voltado para as mães atípicas de nosso município.
Após análise cuidadosa e diálogo entre algumas representantes do nosso grupo, entendemos que a proposta do evento não apresenta garantias reais de escuta, comprometimento ou retorno efetivo por parte do poder público. Não houve, até o momento, o desenvolvimento ou a implementação de nenhuma medida concreta ou política pública que beneficie diretamente nossas crianças e famílias.
Dessa forma, sentimos que esse encontro pode estar sendo utilizado apenas como uma ação simbólica ou de marketing, sem compromisso verdadeiro com as demandas urgentes que enfrentamos diariamente — como o acesso digno à saúde, educação inclusiva, apoio psicossocial e terapias regulares.
Por isso, recomendamos que as mães atípicas não participem do evento, como forma de não legitimar práticas vazias de escuta real e efetiva. Nossa luta é por ações concretas e contínuas, e não por aparições pontuais que não geram resultados práticos.
Seguimos unidas, vigilantes e mobilizadas por nossos filhos e por políticas públicas verdadeiramente inclusivas.
Atenciosamente,
Millena Resplandes Araújo.